Hoje voltei a acordar sozinho! O menino João voltou a dormir na Sala de Imprensa da prova. Só eu é que não tenho essa sorte... Ele diz sempre: "podes ir que eu estou a acabar de fazer o relato e a tratar de outros assuntos!", eu vou e ele acaba por adormecer em frente ao computador. É injusto! : D
Estudamos a etapa cuidadosamente e sabíamos que se queríamos ganhar o tempo perdido ontem, tínhamos de atacar cedo. Assim o fizemos, logo na primeira subida em asfalto um dos Espanhóis da Bici Esteve descolou do grupo e assim que me apercebi disso, coloquei-me na frente e impus um ritmo forte.
Palavras do João:
"Nunca mais abrandamos, apertávamos sempre que podíamos connosco, fosse a subir, fosse no plano ou a descer. Estávamos ao ataque com a faca na boca. Nos abastecimentos apenas parava o João, eu continuava o meu ritmo. O ''aguadeiro'' levava de comer e beber.
Ao km 85 apareceu a ''parede'', uma rampa de asfalto com inclinações de 35%. Não sabíamos quanto tempo tínhamos de avanço, por isso pedalamos no nosso limite. O asfalto terminou ao fim de 1.5km e veio a terra, mas a inclinação manteve-se, era pedalar na avozinha e o suor a escorrer sem parar. Depois de 6 etapas durissimas, levar com uma parede destas é dose! Depois quando pensávamos que já tinha terminado as subidas, andamos a ondular pela montanha, com picadas curtas mas inclinadas. Por fim veio a descida mas...eu não já sabia se preferia continuar a subir! Era pedra pedra pedra, as forças já eram poucas para controlar a bicicleta. Os braços doiam, a concentração já não era a mesma. Descemos um pouco mais devagar que o normal para não correr riscos. Quando entramos no asfalto foi um alivio indescritível!
A meta chegou pouco depois, estávamos felizes, finalmente uma etapa sem qualquer problema, só pedalar! Restava agora saber se iríamos ganhar tempo suficiente para subir na classificação.
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